Certa vez li que “…o passado nos aprisiona e o futuro nos atormenta”.
A primeira vista isso parece coisa de pessimista, de quem está de mal com a vida. E é mesmo: quem vive nessa, não tem capacidade de viver o aqui e agora, gastando energia com o passado e preocupado com o futuro.
Muitos adiam a felicidade para depois da faculdade, para quando casar, para quando se aposentar, para quando os filhos estiverem criados…
Terminam a faculdade e iniciam a Pós, se aposentam e arrumam outro trabalho, trocam os filhos pelos netos. Não viajam para não gastar, não gastam porque podem ficar doentes, e aquele sonho, aquele desejo, vai sendo adiado.
Portam-se como navios ancorados. O passado é a boia que dá sensação de segurança, de saber onde está, mas o mantém preso. O futuro é o horizonte bonito, mas incerto, uma incógnita que pode esconder grandes tempestades.
Enquanto isso, não percebemos que, mesmo estando ancorado, o navio abriga outras pessoas que nos fazem felizes no dia-a-dia. Não percebemos que mesmo estudando e trabalhando duro toda a semana, temos a possibilidade de uma ótima tarde no domingo, mas como é só uma tarde, a perdemos vendo TV ou dormindo.
Se passarmos a ver a boia (o passado) com outros olhos, deixando de acreditar que algo que te afetou no passado vai te acompanhar sempre, que o futuro é uma expectativa que pode nunca acontecer, teremos condição de vivenciar o presente e valorizá-lo.
Ai, até a tarde de domingo, na frente da TV será legal porque perceberemos que ao lado está alguém que amamos.
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